escorre
percorre os vazios da sua pele tão povoada de discursos
penetra no espaço saturado do seu peito
e se lança do abismo de nós
toda palavra dita
maldita
omite esse sentido estendido sobre meu corpo
para desaprender a desvendar o desejo
libertá-lo das garras da razão
deixá-lo escorrer
é preciso respeitá-lo
perscrutá-lo como um mistério
com receio
pudor
o desejo desenha seus próprios caminhos
sabe mais que a razão sobre ele
meu corpo
arde
gela
seca
molha
sob a lembrança do seu corpo dentro
enquanto você disseca meu desejo
ele escorre
pelas suas mãos
não quero palavras
não quero silêncio
quero o vazio
a imobilidade
não quero que você
fale
cale
quero que você
nem pense
nem faça
nada do que pensa fazer
você quer saber mais de mim do que sei de tudo
quer garantias de amor
que eu nego
a quem quer que me peça
percorre os vazios da sua pele tão povoada de discursos
penetra no espaço saturado do seu peito
e se lança do abismo de nós
toda palavra dita
maldita
omite esse sentido estendido sobre meu corpo
para desaprender a desvendar o desejo
libertá-lo das garras da razão
deixá-lo escorrer
é preciso respeitá-lo
perscrutá-lo como um mistério
com receio
pudor
o desejo desenha seus próprios caminhos
sabe mais que a razão sobre ele
meu corpo
arde
gela
seca
molha
sob a lembrança do seu corpo dentro
enquanto você disseca meu desejo
ele escorre
pelas suas mãos
não quero palavras
não quero silêncio
quero o vazio
a imobilidade
não quero que você
fale
cale
quero que você
nem pense
nem faça
nada do que pensa fazer
você quer saber mais de mim do que sei de tudo
quer garantias de amor
que eu nego
a quem quer que me peça
2 comentários:
"não quero palavras
não quero silêncio
quero o vazio
a imobilidade"
Acha que o amor é um instinto de vida ou um instinto de morte? Já leu Eros e a Civilização, do marcuse?
de vida... e vida inclui morte! amor é perigo, luz vermelha, faz viver e morrer! já li este livro do Marcuse sim: ótimo!
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